Fotos sèrgio Leitão
Cividade quer de volta três mil habitantes “reintegrados” noutras freguesias
- já podia estar a ganhar 78 mil euros por ano, se conseguisse recuperar população perdida
PEDRO LEITÃO (texto)
A Cividade conta 1800 habitantes, mas já devia ter cinco mil, se lhe devolvessem áreas do seu território que foram integradas em cinco freguesias vizinhas, por obra de equívocos, confusões e… empurrões. Só por isso a freguesia da Cividade estará a perder, anualmente, cerca de 50 mil euros, no âmbito das verbas transferidas pela administração central.
O Fundo de Freguesias atribui – lhe 26 mil euros por ano, mas já teria direito a receber cerca 78 mil, se pudesse conquistar mais de três mil novos residentes com a reintegração das zonas em causa, segundo calcula o presidente da Junta, Luís Macedo, com base na convicção de que esse aumento demográfico “quase triplicava” o valor que a autarquia recebe do Estado pelos actuais 1800 habitantes.
As áreas que a Cividade pretende reintegrar no seu território estão sob a alçada administrativa de S. Lázaro e Maximinos, embora a autarquia esteja também a reivindicar outras que passaram a integrar, há mais tempo, as freguesias da Sé e de S, João do Souto.
“Os habitantes dessas zonas sabem que elas são da Cividade e desejam mesmo pertencer à Cividade, mas continuam inscritos nas freguesias que as administram”, adianta Luís Macedo.
A Junta da Cividade mantém o propósito de reivindicar junto das diversas instâncias do poder a reintegração das áreas desanexadas do seu território, mas pretende antecipar, desde já, qualquer desfecho do caso com iniciativas que mobilizem os residentes dessas zonas para procederem ao recenseamento na freguesia. “É um primeiro passo para a reintegração”, esclarece o presidente da Junta.
A perda de território mais recente ficou a dever – se a urbanizações que se desenvolveram a partir de zonas de S, Lázaro e de Maximinos “para o interior da Cividade”, mas que acabaram por instalar “alguma confusão e alguns equívocos” em relação aos limites. A mais antiga resultou da criação, em 1926, da paróquia de S. Vicente que originou ainda maiores confusões e também maiores equívocos sobre os limites da Cividade, segundo Luís Macedo.
“Nessa altura, alteraram os limites religiosos não só da Cividade como ainda da Sé, S. João do Souto e S. Lázaro, mas fizeram - no ao jeito do “empurrão”: S. Vicente “empurrou” S. João do Souto e esta fez o mesmo com a Cividade, que acabou, afinal, por ser a freguesia mais prejudicada. O erro foi terem coincidido os limites religiosos com os administrativos”, explica o autarca.
“Continuamos a considerar que os actuais 1800 habitantes não reflectem toda a verdade estatística do nosso território, porque abrangem apenas uma parte da verdadeira área da freguesia. A verdade só ficará completa com o regresso das áreas separadas pela divisão dos limites religiosos e também pelas urbanizações que surgiram de fora para dentro da nossa freguesia”, acrescenta o autarca, considerando ter havido mesmo “intromissões claras, em especial por parte de Maximinos, mas que acabaram por ser patrocinadas pela Câmara”. (Pedro Leitão, SNL - Serviço de Notícias Locais/edição Frontera Notícias)