terça-feira, 10 de março de 2009

Freguesia de Lomar







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Lomar ameaça bloquear estrada para exigir alargamento de ponte

Pedro Leitão (texto)

Habitantes de Lomar, em Braga, ameaçam bloquear a estrada nacional 309 para exigir o “alargamento imediato” do tabuleiro da Ponte Nova, que integra a referida via, e ainda “condições de segurança” para os peões nos outros troços existentes na freguesia.
“Só nos resta recorrer a formas de luta drásticas, se continuar a actual situação de perigo por falta de alargamento da ponte e de medidas que eliminem também os riscos de acidente noutros pontos da estrada 309, na área de Lomar”, argumentam os moradores que preconizam o recurso ao bloqueio “como única hipótese de protesto”.
São oito mil habitantes que vivem, desde há muito, com o “credo na boca”, por causa da “insegurança de uma estrada”, clamam esses residentes.
A freguesia está a servir de “escapatória” para a auto – estrada, por ficar agora mais perto de um dos “nós” de ligação, através da variante sul de Braga. O tráfego “aumentou imenso”, mas os troços da “EN 309” em Lomar integram área urbana com vida própria, que desaconselha a sua utilização como acesso alternativo a condutores que se dirigem para diversos destinos interurbanos.
O resultado funesto da situação é evidenciado pela passagem constante de veículos pesados, para além de ligeiros. “É uma média de seis carros por minuto”, calcula o presidente da Junta, Manuel Dias, salientando a “grande insegurança” que paira sobre os peões, nomeadamente crianças e idosos. “Ocorrem atropelamentos quase todas as semanas”, garante o autarca.
A colocação de rails é também reivindicada nos pontos onde são frequentes os despistes. Nas proximidades do cemitério já estão quase todos derrubados os “mecos” que lá existiam para a delimitação da estrada.
A Ponte Nova também é estreita para acolher tanto trânsito e até por isso obriga a paragens constantes de veículos para permitir assim a cedência de passagem. Os maiores constrangimentos ocorrem durante a presença de pesados, mas o espaço dessa travessia também impede, praticamente, o cruzamento de automóveis ligeiros, que irrompem muitas vezes no local em velocidade pouco recomendável. “Todas as semanas há lá acidentes com veículos, uns mais aparatosos do que outros. Alguns até já chegaram a cair ao ribeiro”, adianta o autarca.
Parte do primitivo parapeito em pedra acabou por ser destruída em resultado desses embates, mas foi reparada, não com a reposição da pedra, “como seria indicado para manter a traça original”, mas “com estrutura em cimento”, descreve o presidente da Junta.
A ponte não dispõe de espaço para a circulação em segurança de peões, apesar de ser ponto de passagem obrigatória para inúmeros moradores da zona, sobretudo os que se dirigem com crianças para a paragem dos Transportes Urbanos lá instalada.
O Instituto de Estradas “nunca respondeu às dezenas de ofícios” que lhe dirigiu a autarquia de Lomar a solicitar o alargamento da ponte e a melhoria das condições de segurança da estrada, na área da freguesia. “Há cinco anos fomos apenas informados que o assunto tinha sido remetido para os Serviços de Pontes, em Almada, mas continuamos sem saber o rumo que lhe deram”, esclarece Manuel Dias.
Até a limpeza da estrada 309 tem sido negligenciada. “Antigamente, havia muitos cantoneiros da ex – JAE a fazer essa limpeza com alguma frequência. Agora, a operação ocorre de longe a longe e passa mesmo despercebida. Suponho que deva estar a ser feita por empreiteiros contratados. Ainda assim, seria o descalabro, se não fosse a Junta de Freguesia encarregar – se muitas vezes da limpeza”, observa Manuel Dias.
O “problema de comunicação” agrava – se com a falta de interlocutores em Braga do Instituto de Estradas, ao contrário do que acontecia há poucos anos. “A delegação de Braga foi transferida para Vila Real. Só ficou uma mini – delegação com poucos funcionários, que remetem tudo para Vila Real”, lamenta o autarca, acrescentando: “Isto não devia ter acontecido num distrito como o de Braga, que tem cerca de 10% da população do país, Admira – me até que os políticos de cá nada tenham feito para evitar essa transferência, pois não faz sentido que o distrito de Vila Real, com menos gente do que Braga, acolha agora a grande sede de uma delegação regional do Instituto de Estradas”.
O presidente da Junta de Freguesia declina, por isso, “quaisquer responsabilidades” pelas consequências de “uma eventual posição de força” por parte da população, mas reconhece que “só assim o Instituto de Estradas despertará para a necessidade urgente dessas obras”.
A “avenida principal” de Lomar é a própria estrada nacional 309 por constituir, praticamente, a única “artéria” ao dispor da maioria dos habitantes para as ligações internas e também para as deslocações entre a freguesia e a cidade de Braga, e vice – versa. Os troços de Lomar dessa estrada nacional até já integram a toponímia local, após terem sido divididos em seis ruas, ou seja, as do Couteiro, Mouta, Doutor José Azevedo Ferreira, José Lopes da Silva Granja, Bouça e Veiga, que compreendem um trajecto de estrada com cerca de quatro quilómetros.
“Toda a vida cívica de Lomar pulsa pela estrada 309, uma vez que, à face dela, estão edifícios e equipamentos públicos, nomeadamente a Escola Primária, a Igreja Paroquial, o Centro Social e Paroquial, a Sede da Junta, e ainda um sem – número de habitações, algumas delas surgidas com recentes arranjos urbanísticos, além de estabelecimentos comerciais”, observa Manuel Dias.
Na área de Lomar, a estrada está transformada, desde há cinco anos, em acesso alternativo à variante sul, que dá ligação ao Porto e a outros destinos interurbanos, através da auto – estrada,
Na altura, esperava – se que a abertura do novo “nó” de ligação à variante sul, nos limites com Figueiredo, fosse “aliviar” Lomar do tráfego rodoviário, até pela convicção de que só iria ser útil para o escoamento do trânsito local com destino a diversos pontos de Braga e outros centros urbanos. “Afinal, o tráfego aumentou ainda mais na área de Lomar e tudo porque passaram a fazer do centro da nossa freguesia, através dos troços da 309, uma “escapatória” para a auto – estrada, o que podiam ter evitado com a construção de um acesso directo”, argumenta o presidente da Junta. (Pedro Leitão, Serviço de Noticias Locais/edição jornal “Frontera Noticias)